Inflação do Chocolate Desafia Indústria na Páscoa 2025

A alta de quase 12% no preço do chocolate em 2024 está desafiando a indústria a repensar suas estratégias para a Páscoa 2025. Para enfrentar esse cenário, fabricantes como Mondelez, Ferrero e Harald, além da Associação Brasileira da Indústria de Chocolates, Amendoim e Balas (Abicab), estão adotando alternativas para minimizar os impactos da inflação e atender às mudanças no comportamento do consumidor.

Inflação do Chocolate

Impacto da Alta no Cacau

Em 2024, a Páscoa registrou a venda de 58 milhões de ovos de chocolate, com um portfólio de 611 itens, incluindo 115 lançamentos. Apesar das oscilações do mercado, a Abicab prevê a manutenção desses volumes para 2025. O aumento no preço do cacau, impulsionado pelo fenômeno El Niño que devastou plantações na África, elevou o valor da tonelada de US$ 2,5 mil em 2023 para US$ 10,5 mil em 2025. Embora parte desse custo seja absorvida pela indústria, o impacto é inevitável. Para minimizar a dependência externa, o governo brasileiro criou o Plano Inova Cacau, com a meta de duplicar a produção nacional até 2030.

Harald e a Inovação no Mercado

A Harald também tem investido fortemente em inovação para atender às novas demandas do mercado. De acordo com Sérgio Tango, CEO da empresa, a prioridade é oferecer produtos que agreguem valor ao consumidor e sejam estratégicos para o momento atual do setor. “O aumento do preço do cacau trouxe desafios aos custos de produção, mas também abriu espaço para soluções criativas. Estamos focados em desenvolver chocolates que ofereçam qualidade, sabor e versatilidade para os nossos clientes”, destaca Tango. Além disso, a Harald tem fortalecido sua relação com os transformadores, ajudando pequenos empreendedores a expandirem seus negócios com produtos diferenciados e acessíveis.

Com estratégias focadas em qualidade, diversificação e inovação, a indústria de chocolates busca manter a tradição da Páscoa, mesmo diante dos desafios econômicos.

Qualidade e Estratégias Sazonais

Manter a qualidade é a principal estratégia adotada pela indústria. Segundo Renato Zanoni, diretor comercial da Ferrero no Brasil, a empresa aposta em estratégias de longo prazo para equilibrar a percepção de qualidade com as expectativas do mercado. Além disso, a companhia investe em uma Páscoa prolongada, estimulando o consumo de chocolates antes e depois da data festiva. “Os consumidores estão mais dispostos a pagar por produtos premium, o que favorece esse modelo”, afirma Zanoni.

Diversificação do Portfólio

A diversificação de portfólio é outra aposta do setor. De acordo com Juliana Bonamin, vice-presidente de vendas da companhia, essa estratégia ajuda a atender à demanda do mercado e minimizar o repasse de custos ao consumidor. A empresa também investe em parcerias para fortalecer a produção nacional de cacau.

Comportamento do Consumidor

A conjuntura de mercado também trouxe mudanças no comportamento de compra. Segundo representantes da indústria, consumidores e empreendedores estão se planejando melhor, pesquisando preços e ajustando suas escolhas para garantir melhor custo-benefício. Apesar dos desafios, a demanda por chocolates permanece aquecida, especialmente em períodos estratégicos como a Páscoa. A busca por inovação e soluções acessíveis segue sendo um fator-chave para enfrentar a Inflação do Chocolate do setor.

 

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